sábado, 4 de dezembro de 2010
Por de trás dos altos muros do meu castelo
sábado, 20 de novembro de 2010
O nômade
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Uma carta para os dias de frio
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Meio-termo
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Who's the Cop?
sábado, 11 de setembro de 2010
Para você, que é insubstituível
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Pela sorte de qualquer destino
sábado, 14 de agosto de 2010
Do bem (sem olhar a quem)
Beleza que é maior, ampla conexão.
Árduo processo.
Momentos - desejos, sonhos, e trabalho.
Amor em todos os movimentos.
Tudo vive.
Hoje muito mais que ontem, e amanhã melhor que agora.
sábado, 7 de agosto de 2010
Sleep before you die
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Ao vencedor, as batatas (com cheddar)
Eu vi muitos amigos chegarem, sempre recebidos por minha curiosidade. E os vi partir... todos eles partiram. Quem sabe um dia retornem, e então os receberei com o mesmo sorriso curioso.
Também senti muitos sentimentos parecidos com o amor. Todos eles eram apenas um esboço do que hoje desfruto. E sei que valorizar coisas assim, como um carinho e uma doce palavra do bem, dão todo sentido à vida.
Por mais que você erre, caro colega, saiba que amanhã isso pode ser consertado. A única coisa realmente irreversível é a morte.
O melhor da vida é a conquista, e se temos alguém do nosso lado para compartilharmos essas vitórias, com certeza as alegrias virão em dobro. A beleza sempre se multiplica ao ser dividida.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
O Interlocutor
Naquela manhã fria, onde o sol se impunha como uma virgem nua, visivelmente tínhamos a entrega de uma alma receosa. Heitor, a cada minuto passado na sala de espera, vigorava em seus gestos a tendência suicida perfeita. Mas a divina graça, concedida pelo chamado de seu nome pela secretária Ofélia, relembrou que até os depressivos têm seu anjo da guarda.
Sentado lá, naquela poltrona nova com o confortante cheiro do couro, um homem entregue à sorte da competência de outro.
"Eu estava bastante errado em pensar que um relacionamento se tratava de entrega, de reciprocidade.
A vida tem me ensinado, e com um gosto bem amargo, que não é nada disso. Um relacionamento nada mais é que uma convenção.
É um simples acordo, e que isso esteja implícito, com fins meramente pessoais, e por vezes sociais. Não se trata de bem estar, de jeito nenhum. Creio que nunca em minha vida me senti tão incomodado por estar responsável pelo que a outra pessoa vai pensar.
É como uma via de duas mãos onde temos de estar em dia com nossas obrigações. Se por um lado precisamos entender a necessidade da outra pessoa, atendendo e correspondendo aos seus sentimentos, por outro precisamos nos desvenciliar um pouco dessa figura romântica.
Relacionamentos raramente têm a ver com amor. Na minha opinião, o amor nada mais é do que um consolo para pessoas fracas, que se apóiam nele e buscam ali uma fuga da realidade. O amor é uma droga. Relacionamentos dizem mais respeito ao seu interesse momentâneo, e possivelmente os planos que você constrói em cima de uma pessoa nada mais são do que sua declaração de insanidade."
Como em um flerte ao acaso, providenciado pela necessidade afetiva, Dr. Phillip e Heitor introduzem, cada qual ao seu modo, suas próprias idéias. Da mesma maneira que dados viciados são lançados em um jogo alto.
Seu diálogo encontrava abrigo quando os ecos de suas palavras refletiam suas mesmas incertezas. Em um silêncio profundo, intercalado por vazios ''prossiga'', Dr. Phillip esclarecia de uma maneira quase telepática os questionamentos, e a esta altura da vida, as quase certezas, de Heitor.
Instigando em espírito alheio, como um cão que vaga no campo vizinho, permitiu seu paciente concluir, de modo superficialmente unilateral
"Construir sonhos em cima de alguém é um atestado para a infelicidade. Podemos perceber, com o tempo, que se ater aos desejos do outro é negar a si mesmo. É assumir uma postura inferior, de submissão. E isso não é se entregar, é se render. Você espera em contrapartida receber o mesmo esforço, mas não é o que acontece - por isso é uma rendição, só há um lado nessa história.
É uma visão dura e realista, eu sei, mas essa é que é a verdade. Não tenho simpatia por atitudes infantis, irreais, ou seja lá o que for que isso tenha a ver com o amor. Mas é isso que me parece, uma atitude ultrapassada, impensada, infeliz. "
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Faladora
Se para mim isso não faz a mínima diferença, pessoas como você necessitam exercitar um pouco a maldade.
Em sentido amplo, apenas a triste realidade de uma alma incompleta.
Poucas palavras para você, que não as merece por exatidão.
Ofereço a minha distorção de impressões caladas, e a limpeza de minha consciência.
domingo, 18 de julho de 2010
04:30 p.m
Sonhos nada mais são do que a felicidade proposta sob o prisma da liberdade.
Não há prisão na ausência do vício.
Cheiro de café.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Por quanto tempo eu permanecerei forte?
Saia do meu caminho, não dá mais
Odeio seu sorriso, odeio o som da sua voz, odeio tudo que lembra você
Eu preferiria estar morto, e mesmo antes disso, preferia que você estivesse morta
Sua companhia é um desagrado, e é pelo que menos espero
Saia já do meu caminho, essa é minha carta de ódio
A quem mereça, e à todos que se encaixem em meu propósito
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Lado B
É quase a mesma confusa relação entre não saber lidar sozinho com qualquer outra situação.
Vamos adiante, mas cada passo será dado em direções diferentes.
Temos que sugerir a possibilidade das segundas opções, e sempre termos opções a mais.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Mais uma vez
Depois da tempestade, a cegueira então se foi. Retirei da lama minha própria alma, e assim minha sensibilidade tomou força novamente.
Revigorado, meu espírito na primavera das emoções sinceras.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Manual prático do homem moderno, ou não
Basta que não lhe falte um pouco de amor, algo de cultura, o bastante de alcóol e muito de gordura.
É preferencial que o amor não seja o de mãe, nem que a cultura sirva para criar um isolamento imbecilóide.
Há de se ter bom senso e não negar a natureza humana - animal indissociavelmente social.
Cultura para que não lhe falte o assunto, e apenas isso.
Gordura. Um homem necessita da constante auto-destruição. Com a real finalidade de propor a originalidade de sua natureza, o homem se vê capaz de introduzir em seu corpo calorias e mais calorias, abastecidas pelo sensato desejo pela comida. Novamente, apenas satisfação momentânea em doses não homeopáticas.
O bastante de álcool lhe fará perceber as pessoas ao seu redor mais interessantes, menos bestiais ou chatas. O mundo se torna belo e, sem hipocrisia ou falso moralismo, o melhor revelador dessa beleza escondida é o álcool.
Fica subentendido que dinheiro é necessário.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Dissonante
Mesmo o amor tendo lhe aberto as pernas do orgulho, ainda existia um fundo falso onde toda a responsabilidade por um relacionamento já havia adquirido a alcunha de barganha. Era como se ele, o mendigo Alvin, propusesse escambo ao diabo, oferecendo sua dignidade de homem como moeda de troca.
Pensava Agnes ser ele o seu único e perfeito reflexo. Mas até mesmo os espelhos não conseguem refletir por completo. Aquebrantam-se sobre sonhos mal alimentados. Sentimentos insuficientemente interpretados.
Agnes e Alvin não gastavam os créditos do amor.
É verdade, se por alguns momentos compensavam as naturezas reciprocas na melodia do ardor, por tantos outros esqueciam-se no amargo sabor de qualquer harmonia.
A esperança de Alvin perdia-se nas entrelinhas de suas palavras. Uma aranha presa em sua própria teia.
Agnes, constantemente sob o piloto-automático, estava presa no âmbar da incapacidade em promover uma doce palavra sequer.
Erva daninha do bem querer.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Por todas às vezes que fui negado
Já tenho minha arma engatilhada contra tua garganta,
basta esperar por um momento de descuido e tudo explodirá
Isso também me atingirá, isso também me afetará
Gosto amargo da morte, não sou eu quem vai morrer
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Fight Club
Quando você não dorme, os fantasmas vêm lhe assombrar
Sua cabeça ferve e borbulham pensamentos produtivos
Dignos de um ócio criativo adquirido após anos de não ter o que fazer
Essa cidade tem me sufocado, e a noite encontro o refúgio necessário
Como quando estamos à sós e o universo parece ser apenas seu olhar
É um prazer que me consome, e muito de mim escorre pelo ralo da madrugada
Um tiro no escuro para esclarecer um pouco as idéias, um milésimo de segundo que traz a razão de volta
Eu preciso exercitar meu ato falho algumas vezes ao dia, a simples necessidade do erro não proposital
Me sentir um pouco culpado pelo mal da humanidade alimenta meu desejo de fuga
Essa é minha grande depressão e minha gloriosa guerra
sábado, 12 de junho de 2010
A síntese do caos
Hoje um jovem adulto, ontem uma inocente criança.
Abandonada pela injusta traição.
O monstro estava sendo criado. Primeiro, os pés, com a lama da desonra.
Depois, os membros inferiores, apoiados na solidez do rancor. Após isso, o corpo, sobre o tronco da incerteza.
Membros superiores, tentáculos de um pedido de ajuda. Cabeça não havia, até porque razão também não.
A insanidade então, fiel companheira, tornava os momentos de desespero, íntimos.
Ele se reconhecia em meio à todo aquele caos; era como se tudo isso lhe pertencesse.
Um gigantesco intrumento de cordas o confortava nos momentos onde as batidas de seu coração estremeciam a casa.
O jovem adulto um dia teve um encontro com esse monstro.
Eles se olharam, como em uma comunhão religiosa, e então se abraçaram.
A nova criatura tomou vida. Com a cabeça do homem e o corpo do monstro, assumiram o papel do Frankenstein social.
O Beijo de Judas
Somos os grandes responsáveis pela desventura feminina.
Sim, nós, os homens, nos tornamos os grandes culpados. Vomitem toda a razão sobre nosso bigode.
Porque canalhas, mesmo tingidos pelo charme vistoso do não se valer, não passam de suporte.
Apenas um suporte sexual orientado aos momentos oportunamente gozáveis.
Gênero e sexo podem não se corresponderem, mas haveria de se ter certa coerência, no mínimo.
Me parece que isso é pedir demais.
Pagamos um alto preço pela História; quem me dera essa fosse apenas uma estória.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Pela necessidade da compreensão
Bem, a razão de José dizia que sim.
Mas Paulo era muito mais sentimento que razão, e desde muito cedo sempre foi assim.
Aprendeu levando na cara.
Paulo era sentimental, e José, racional.
Todos vão envelhecendo, mas a fera interna vez ou outra desperta.
Como uma navalha que corta seu rosto quando você está concentrado, algo de muito ruim apertou seu coração naquela noite.
Toda a razão de José fora posta defronte ao seu maior medo, a insegurança.
Sim, porque na certeza de suas afirmações subjetivas é que residia sua razão.
E quando esta, abalroada pela força máxima de um desgosto profundo, se encontrara frágil, eis que a esperança surge com Paulo.
Pois Paulo representava toda a capacidade humana de superar as frustrações apenas pelo desejo de viver algo melhor.
Sim, Paulo é a esperança perdida de José, que não exercitava nem um pouco sua flexibilidade emocional.
Foi então que José e Paulo entraram em um comunhão, quase que espiritual.
Se Paulo era o mais sentimental, José o criticava amparado por sua lógica infalível.
Se José era o exageradamente racional, Paulo também o acusava de ser demasiadamente insensível.
Sobre isso, não restaram dúvidas, trocaram experiências e selaram um novo acordo - algo bem parecido como quando os noivos firmam o matrimônio.
Dessa maneira, Paulo e José puderam apoiar-se um ao outro, não como um amigo ou outra coisa qualquer.
Aquela ligação era algo mais intenso. Na humildade de se assumirem humanos, se propuseram ao entendimento.
sábado, 29 de maio de 2010
Senil
Bem velho como estou, só espero a morte
A minha companhia é o desapego
Material, pessoal, sempre breve tentativa
Antigo e fiel companheiro é o isolamento
Sem nenhum amparo, não restam dúvidas
Bem velho como estou,
Preferiria a juventude eterna,
Amigos canalhas que mal sabem sorrir
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Cítrico
E esse lado é muito mais que a metade; talvez, eu diria, um pouco além da razão.
É o lado emocional demasiadamente aflorescido, mas empobrecido pela negação da dúvida.
A denunciação dessa incerteza é a prerrogativa divina para se talhar a raíz de toda natureza.
Quando digo que sou um homem ancestral, é porque disso tenho quase certeza.
Pode ser que esta não seja absoluta. Mas está bem próximo de algo conclusivo.
Circuitos, sabe-se lá programados por quem, ainda respiram.
Esse robô velho, outrora rejuvenescido pelo tenro nascimento, é também a máquina pensante.
A engrenagem ridícula funcionando à serviço do tempo.
Tal efemeridade que se aglomera, e nos induz ao sono lento e profundo da passividade humana.
Evoluímos da maneira errada, pois só externamente é que se vê a progressão.
Ridiculamente pretenciosos. Incansavelmente contraditórios.
sábado, 8 de maio de 2010
O amargo sabor do erro
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Clara e salgada
Uma lágrima, por mais amarga que seja, nunca deve ser esquecida.
Eu aprendi a ser forte, e não demonstrar minhas fraquezas.
Mas, não me ensinaram a enganar a dor. Não me ensinaram a chorar.
Quando você abre a guarda tudo vem à tona. Você percebe que faz bem ser humano.
Em um mundo onde os sentimentos se perderam, momentos raros assim nos permitem respirar.
E aí nos vem a epifania necessária para que possamos continuar vivos.
Porque vale a pena sentir, e vale a pena não ser tão forte.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Aqui jáz melancolia
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Digira, depois cuspa
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Sobre a pequenez de nossas certezas
Ter medo não lhe torna menos homem
Pelo contrário, revela sua capacidade humana
Medo e insegurança, são irmãos atraídos pelo fracasso
Insegurança é talvez o sentimento mais desprezível que demonstramos
Já o medo é sublime, como uma inocente criança tímida
E que, por vezes, revela-se rebelde, egoísta e pretenciosa
Eu tenho medo de lhe perder
Medo de que minha insegurança abrace sua liberdade
Medo de que sua risada pertenca aos encantos de outro
Primavera das ilusões
Eu tenho medo de lhe perder
Mas que meu medo não fique evidenciado nos atos impensados
Nos fracassos mal explicados e devaneios arredios
Se num sorriso lhe presenteio à segurança
Em um abraço lhe ofereço conforto
Perceba em meu olhar a desconfiança, a obliquidade
Não a dissimulação, mas sim a simulação do não estou nem aqui
E que seja bem por aí, enquanto houver sol
terça-feira, 20 de abril de 2010
Fotos, Fatos, Fardos - O Furto da Felicidade
In natura
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Me ofereça o novo
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Incorpóreo
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Retalhos de um quase amor
Certo alívio por ter certeza de encontrar ali uma palavra acolhedora e sentimentos verdadeiros.
Como alguém que busca nos ciúmes a premissa que justifique um amor distorcido.
Você veio à mim procurando impor-me dúvidas que aliviassem suas certezas e ofuscassem minha tranquilidade.
Presos ao tempo de um encontro casualmente planejado pela imprevisibilidade.
Apenas mais uma menina perdida, em busca da aprovação masculina.
Só elogios lhe trarão esse prazer que, infelizmente, não é exótico.
Internamente existem sonhos pincelados por sorrisos hollywoodianos.
Externamente, um desbotado vômito de cores sem vida.
Aprimore
A certeza que a vida não caminha.
Certa dúvida que precede a mudança.
A impossibilidade de se planejar algo mais à frente.
Não consigo traduzir bem o ódio.
Nem posso digerir a incerteza.
Preciso encontrar meu nicho.
É necessário buscar minha natureza.
Boa época para exterminar as ervas daninhas.
Não mais apenas as evitar, eventualmente.
Olhar pra frente. Sempre à frente, num primeiro momento.
Vez ou outra espiar pelo retrovisor. Seguir indiferente.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Somewhere Over the Rainbow
Como em um capítulo inesperado, em minha vida
Eles ainda não morreram em minhas lembranças
E, mesmo assim, causam-me certo temor
Mal acabado, sempre interrompido e nunca terminado
Agora, muito mais que antes,
A medida das palavras tem o tamanho exato de minhas intenções
De uma maneira discreta eu os levarei de volta
Ao lugar de onde nunca deveriam ter saído
Destino é a melhor resposta,
E também o questionamento mais adequado
terça-feira, 30 de março de 2010
Ácido, Açúcar e Cafeína
Talvez com um pouco mais de classe, talvez com uma inocência que ignoro.
A gente cospe no prato e come a merda toda de novo.
A gente não respira nem um pouco fundo e faz tudo da maneira mais errônea possível.
É, podia ser melhor.
É melhor que cheire mal.
É melhor que não seja bom, e que venha acompanhado de um sorriso unilateral.
Não se trata do forçosamente mal, e sim do naturalmente indiferente.
Deliciosamente frio, deliciosamente obscuro.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Eu, por mim mesmo
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Delay
Como aquele velho sentimentalismo bobo por lembranças boas
Sim, é verdade, hoje tudo é menos colorido
Talvez agora não possamos sentir os aromas, cores, e a intensidade
Como tudo acontecia, e como tudo que era novo também era bom
Sonhos tão breves como o desejo pela figura que a bala trazia
Ela também tinha um inesquecível sabor de lembrança
Quando os muros, tão brancos, eram os mais altos
Onde podíamos driblar a necessidade da brincadeira, e atender o prazer repentino
Pedindo passagem no ramo das saudades
Eu caminho por esses caminhos, que mais me parecem uma selva interminável
E descubro que no meio dele existem poças secretas, cheias de água cristalina e bons momentos vividos
E aí eu me teletransporto ao passado, ao som da melodia que ecoa por aí
Perto de algum neurônio sobrecarregado, ao lado de onde repousam meus vícios
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Negar à si mesmo
Em sua peregrinação pelos confins da crença humana ele caiu.
Deus está ultrapassado, velho e sem charme.
Ele não é mais aquele cara que pensávamos ser. Hoje, ele não passa de alguém que, simplesmente, não dá a mínima.
O onipotente, onipresente e onisciente Deus falha.
Nós insistimos em recriar este desgraçado todos os dias.
Agimos feito idiotas hipócritas e inconvenientes. Assim, Deus também é egoísta.
Ele é insensível, mau e estúpido. É o próprio diabo.
Uma entidade já criada pela fé de outra pessoa, e que possui em suas leis obsoletas a síntese de um comportamento zumbi.
Ele não nos pertence, pois há muito já nos abandonara.
Esquecam Deus. Ele morreu.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Por uma chance no céu
Aquele que comete erros na pretenção de parecer alguém melhor.
Na intenção de exorcisar seus fantasmas e mostrar ao mundo que não se trata de dependência.
A verdade é que nos perdemos.
Felizmente, Deus nos vê.
A minha crença é em algo superior, não como uma forma de escambo, mas apenas graças recebidas.
Se trata da autoavaliação e autocrítica, sobre o que nos tornaremos.
O divino é assim pra mim, um sinal sempre alerta que nos faz acordar nos momentos de tormenta, de onde provém a consciência do que somos realmente.
Senhores de nós mesmos e, em certas horas, só o bem pode nos salvar.
Um anjo em minha vida.
Com sua palavra de livre arbítrio me fez perceber que eu não poderia ignorar minha essência.
Não tenho essa tendência da autodestruição, é tudo falso.
Preservo as coisas que valorizo, e você resgatou meu valor.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Rápido, sem o intuito de ser muito preciso
sábado, 16 de janeiro de 2010
Ato impensado, máscara adotada
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Efeito borboleta
Não quis fazê-la chorar. Suas cicatrizes foram abertas.
Novamente, injustamente.
Outra palavra que se perde. Erros que me tornam menos verdadeiro.
Me desculpe, eu menti.
Os pincéis não encontram as cores, o significado foge às palavras.
O sentido, distorcido, busca refúgio sob meu desespero.
Por onde andam as frases de redenção, o apoio fraterno?
Preciso buscar uma fuga. Deus, eu necessito de forças.
Me perdi, estou aquebrantado. Culpe à mim.
Se tudo que peço é seu perdão, me perdoe.
Eu morreria. Eu mataria.
Mil pecados fariam de mim um homem sem alma?
Alivie essa imensa carga que tenho levado.
Sem promessas. Sem propostas emotivas.
Me cure. Me salve.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Versos da piedade
Moldar as almas ao seu redor, encaixá-las em suas pretensões.
Não sabes encarar as diferenças. Isso é algo que te incomoda.
Teu medo a torna alguém medíocre, demasiadamente hipócrita.
Não aprendeu ainda a lidar com esse tipo de situação, alguém que não caiba em seu propósito de perfeição.
Você está enganada.
Abra a cabeça, tente compreender as pessoas como um mosaico na Terra.
Se preza tanto por um mundo perfeito, comece por você.
A intolerância é a mãe das guerras, assim como o falso moralismo justifica a maioria delas.
Não queira ser mais uma que aponta o dedo e julga com extrema imprecisão.
Não queira ter seu teto de vidro abalroado por minha veia sádica.
Talvez sua pouca experiência de vida ainda lhe confira certa inflexibilidade.
De certo sua inocência alia-se à pureza romântica, e aí frutifica tantas impossibilidades morais.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Ballerina
Muitas se perderam na imensidão do incerto, outras guardei na certeza dos sinônimos
Já traduzi em melodias sentimentos que vêm do coração
Refiz um milhão de imperfeitas tentativas, forçei na razão coisas que só a alma consegue diluir
Digeri versos, arrotei palavrões, erradiquei o comum e rimei os refrões
Na intensão proferida por minha livre associação, cometi erros
Na pretensão não intencionada, acertei na maioria das vezes
O chapéu que traz o charme é a manga que oculta a carta
Mas nem todas as pessoas são boas observadoras - constantemente são enganadas por suas deficientes capacidades emocionais.
Nesses tempos tem se observado certa glória na auto afirmação à cerca da malandragem. Um convite à ridicularização da figura.
É uma via oposta - se de um lado temos a forçosa caricatura banalizada de um malandro fajuto, do outro podemos antever com certo ar opositor a resoluta imagem do malandro já formado no berço.
Não é questão puramente estética, refere-se à algo que poucas pessoas valorizam - a capacidade de análise profunda e crítica.
Não apenas olhar os tipos humanos, mas sim observá-los, analisá-los com a perfeição que só o detalhista consegue em um curto espaço temporal. Como se o tempo ocioso que os restasse tendesse ao infinito.
Tendo em vista uma sociedade tão superficial e dinânica, é normal que isso ocorra, afinal, não podemos perder mais tempo com essas tolices, vamos viver o hoje porque o amanhã só pertence a Deus.
É fácil enganar os olhos rasos. É fácil ser enganado por sorrisos largos.
Seja um bom intérprete e atuará como ator principal; na vida moderna os coadjuvantes são os preguiçosos.
Muitos caricatos convencem à si mesmos de que isso seja real. Algumas pessoas ao redor sabem que algo está errado, e que não seria tão cômico se fosse trágico.
sábado, 2 de janeiro de 2010
Before your heart breaks
Me sinto só. Minhas dúvidas fazem tudo parecer mais difícil.
Queria não procurar compreender, e só deixar acontecer. A vida parece muito complicada, para mim.
Levo comigo a proposta da dor noturna, da solidão constante. Mas também valorizo atitudes felizes.
Momentos assim, por vezes, transparecem certo ar de falsidade. Apenas uma obrigação na vida de cada um.
Não importa como venha, mas que faça valer o significado de viver.
Os encontros, os sorrisos embreagadamente espontâneos, e não o contrário - isso me assusta.
A fatalidade da tristeza entra em cena.
Mais uma parede em meu caminho, outra curiosidade proferida por dentro.
Cristão ou ateu, pouco importa, se você tem outro tipo de droga.
Sozinho, sem opções ou fuga. Bate o desespero. Tudo, tudo é idiota, sem sentido, sem brilho, sem charme.
A beleza é estéril e não se frutificam bons frutos.
Me alimento de possibilidades. Mas o que me assacia está um pouco além.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Nirvana
Transferindo minha euforia por tuas curvas, através dos dedos, deixando teu cheiro me embalar
Guio-me pelo seu calor, prossigo com desejo aparente, não hesito
Minhas intenções seguras, o diabo na minha carne
Segurá-la pelos cabelos, beijar a tua boca, chupar os teus seios com deleite
Aproximar-se mais, a união de nossas almas, com carinho, com firmeza
No movimento dos astros, meu corpo no teu, teu corpo no céu
Permitindo que teus gemidos me guiem, algo de mim dentro de você
Transparecendo o amor evidente, desmereçendo os enamorados ao nosso redor
Mude
Manter certa moral, ou alguma coerência naquilo que fazes
Estive longe só te observando, e aí percebi que não ages com natureza
És forçosamente rebelde, desesperadamente diferente
Seu riso frio apenas pinta em sua face o fino pó da hipocrisia
Já disse isso várias vezes, não serei repetitivo por mais tempo
Tome sua pouca força que resta, interiorize aquilo que você prega nas manhãs de domingo
Exteriorize seus medos, então terás evidenciado seus pecados e feiuras
Mas não se preocupe, se lhe falta algo de amor próprio, lhe sobra a auto crítica
E esta costuma ser mais eficiente em se tratando de mudanças