sábado, 12 de junho de 2010

A síntese do caos

Toda vez que procurava por respostas, acabava sempre no mesmo ponto onde outrora havia parado.
Hoje um jovem adulto, ontem uma inocente criança.
Abandonada pela injusta traição.
O monstro estava sendo criado. Primeiro, os pés, com a lama da desonra.
Depois, os membros inferiores, apoiados na solidez do rancor. Após isso, o corpo, sobre o tronco da incerteza.
Membros superiores, tentáculos de um pedido de ajuda. Cabeça não havia, até porque razão também não.
A insanidade então, fiel companheira, tornava os momentos de desespero, íntimos.
Ele se reconhecia em meio à todo aquele caos; era como se tudo isso lhe pertencesse.
Um gigantesco intrumento de cordas o confortava nos momentos onde as batidas de seu coração estremeciam a casa.
O jovem adulto um dia teve um encontro com esse monstro.
Eles se olharam, como em uma comunhão religiosa, e então se abraçaram.
A nova criatura tomou vida. Com a cabeça do homem e o corpo do monstro, assumiram o papel do Frankenstein social.

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