quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O chapéu que traz o charme é a manga que oculta a carta

Já disseram por aí que, para certas coisas na vida, já se nasce sabendo.
Mas nem todas as pessoas são boas observadoras - constantemente são enganadas por suas deficientes capacidades emocionais.
Nesses tempos tem se observado certa glória na auto afirmação à cerca da malandragem. Um convite à ridicularização da figura.
É uma via oposta - se de um lado temos a forçosa caricatura banalizada de um malandro fajuto, do outro podemos antever com certo ar opositor a resoluta imagem do malandro já formado no berço.
Não é questão puramente estética, refere-se à algo que poucas pessoas valorizam - a capacidade de análise profunda e crítica.
Não apenas olhar os tipos humanos, mas sim observá-los, analisá-los com a perfeição que só o detalhista consegue em um curto espaço temporal. Como se o tempo ocioso que os restasse tendesse ao infinito.
Tendo em vista uma sociedade tão superficial e dinânica, é normal que isso ocorra, afinal, não podemos perder mais tempo com essas tolices, vamos viver o hoje porque o amanhã só pertence a Deus.
É fácil enganar os olhos rasos. É fácil ser enganado por sorrisos largos.
Seja um bom intérprete e atuará como ator principal; na vida moderna os coadjuvantes são os preguiçosos.
Muitos caricatos convencem à si mesmos de que isso seja real. Algumas pessoas ao redor sabem que algo está errado, e que não seria tão cômico se fosse trágico.

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