sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sobre a pequenez de nossas certezas

Medo, tenho medo
Qual homem não tem medo?
Ter medo não lhe torna menos homem
Pelo contrário, revela sua capacidade humana
Medo e insegurança, são irmãos atraídos pelo fracasso
Insegurança é talvez o sentimento mais desprezível que demonstramos
Já o medo é sublime, como uma inocente criança tímida
E que, por vezes, revela-se rebelde, egoísta e pretenciosa
Eu tenho medo de lhe perder
Medo de que minha insegurança abrace sua liberdade
Medo de que sua risada pertenca aos encantos de outro
Primavera das ilusões
Eu tenho medo de lhe perder
Mas que meu medo não fique evidenciado nos atos impensados
Nos fracassos mal explicados e devaneios arredios
Se num sorriso lhe presenteio à segurança
Em um abraço lhe ofereço conforto
Perceba em meu olhar a desconfiança, a obliquidade
Não a dissimulação, mas sim a simulação do não estou nem aqui
E que seja bem por aí, enquanto houver sol

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