sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma carta para os dias de frio

Não precisa me levar tão a sério, apenas se leve mais a sério
Não tem assim tanto mistério, sem precisar ser estéril
Como contágio venéreo, ou um sorriso sincero
Irradiar confiança, tecer nos fios da esperança
A doce inocência de uma criança
Já perdida, em um caminho só de ida
Já vai indo, percorrendo, se esvaindo
Esconde na malícia proposital sua própria sorte
Joga ao vento, sobre o leito de morte, todo tipo de merda
Que aduba e atribui vida ao corte do seu coração
Feridas na sua alma que nem mesmo meus beijos irão curar
Sorrisos amarelos que minha boca não poderá evitar

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Meio-termo

Tento entender o exato limite entre a seriedade e o descompromisso.
A linha tênue, o rio de águas calmas que divide dois extremos.
O desleixo permissivo do desassossego absoluto.
Talvez as flores não sejam tão coloridas como aparentam, e seu aroma seja qualquer outro atributo ordinário.
Mesmo assim, até os pássaros soarão como ópera quando tudo parecer menos longínquo.
Um suco de maracujá, uma sessão espiritual.
Um soco no estômago e notas distorcidas. Tudo muito rápido enquanto for intenso.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Who's the Cop?

Estar consciente é o primeiro ato.
O piloto automático nos guia por caminhos incertos - e quando o alarme soa, todas aquelas pessoas em seu poder serão vitimadas por sua loucura.
Um milkshake para o brainfreeze necessário. Terno e gravata para ter o que mostrar.
Se a vida não nos ofereceu conteúdo, a morte brindará o nosso sucesso.
Sinta a dor, beije o chão, inspire a pólvora e expire a fumaça. Seu nariz é um cano longo.
Sua boca, uma metralhadora. Bombardeie impressões, devaneios.
No final, apenas o pop sobreviverá. Passaremos como vírgulas, e a história prossegue.