sábado, 4 de julho de 2009

Pela aquisição do poder de ser percebido

Relações humanas são como uma grande feira de atrações, em que se distribuem gratuitamente primeiras impressões, e onde são oferecidas todo o tipo de sorte que não precisamos, como a amizade de gente que não desejamos.
Há uma oferta entitulada "relacionamentos amorosos", e a queima de estoque "semana das amizades".
Prenuncia-se, então, o tédio, quando da necessidade de se ater fielmente à alguém. Remete-se ao egoísmo, que traça nítida e tipicamente a personalidade de qualquer um. Cria-se um escudo como forma de defesa, e o teto de vidro é polido por inúmeras mentiras.
Basta que invadam o nosso mundo para que as coisas se banalizem, e o que outrora lhe dispertava interesse, passa a ser mais do mesmo.
Prefiro a reclusão ao cárcere.
Atinge-se um platô romântico, constantemente abalroado pelo real;
a idealização esbarra na efemeridade de definições perfeitas.
Anatomicamente tem-se a amizade. Metaforicamente, o placebo.

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